“No final dos anos 40, o médico Heraldo de Campos Lima era proprietário de um sítio no Município de Raposos, onde mantinha criações. Este sítio ficava perto do Morro do Galo, local onde a Saint John D’el Rey Mining possuía uma instalação de beneficiamento de arsênico, subproduto do minério, de onde era extraído o ouro. Diz a lenda que, o Dr. Heraldo postulou, perante a mineradora, uma reclamação segundo a qual seus animais estariam morrendo devido à poluição causada pela poeira de arsênico levada pelo vento e depositada em suas pastagens. Embora não concordasse com isso, a empresa aceitou uma permuta com as terras do local escolhido pelo Dr. Heraldo e denominado Morro do Chapéu, pela forma de um pico existente naquele lugar.
No início dos anos dourados e do Governo JK, o desenvolvimento da região – a esta altura servida pela recém asfaltada rodovia BR-3 – e a intenção do prefeito Celso Melo Azevedo de utilizar as águas do Córrego João Rodrigues para o abastecimento de BH, usadas então pela recém constituída Fazenda Morro do Chapéu, fazem com que Dr. Heraldo procure criar uma alternativa de uso mais amplo das águas, tentando impedir desta forma, a eminente desapropriação. Então, exige de seu filho, Eloy, providências para o loteamento imediato da Fazenda. Surge daí, em 1958, o loteamento “Unidade de Vizinhança Quintas do Morro do Chapéu”, cujo projeto urbanístico foi desenvolvido pelo Arquiteto e Professor Silvio Vasconcelos.
Em 1963, o próprio Dr. Heraldo Lima, requer e obtém, através do Decreto 52.016 de 17 de novembro de 1963, o direito de exploração mineral de área com interferência com o loteamento. Obtido o direito de lavra, o Dr. Heraldo o negocia com as empresas Manganoférrea Mineração e Extrativa Mineral. Estas operações mineiras, que muitas dores de cabeça deram aos nossos Associados, subsistiram posteriormente nas mãos da Mineração Prima (Miprisa).
Entendimentos mantidos em 1970 entre a Diretoria do Morro do Chapéu e a Cosim, que por esta época era a mineradora vizinha, geraram uma minuta de protocolo contendo as condições das negociações. Segundo este protocolo, o Morro do Chapéu “permitiria” a retirada de aproximadamente 360.000 toneladas de hematita e 270.000 toneladas de itabirito junto ao nosso Belvedere, em troca de obras de captação, adução e reservação de 250.000 litros diários de água. Posteriormente o local da captação foi assoreado e o sistema paralisado, tendo o encanamento retirado por volta de 1981″.
Fonte: http://www.morrodochapeu.com.br/o-condominio/
